O sol a raiar no horizonte
E minha amada lua
A esconder-se no firmamento
Levando consigo meu contrário dia
Dos trapos negros de minha mortalha
Escapa o sangue de meu alimento
O líquido rubro da vida
A banhar-me das lembranças que não tenho
Dos sentimentos que não cortejo
Dos prazeres que me torturam.
A vida que escapa de minh'alma
Leva-me a um mundo paralelo
No qual a noite é majestosa
Impetuosamente imperial
Nos braços infames dos dias.
Há uma vida perfeita
Que o ar da noite me acaricia,
Geladamente a penetrar minha pele,
Trazendo à tona os sentimentos que me restam
A melancolia que cerca
O podre odor de minha carne
Putrefaz aos milênios passados.
E por fim
Saca-me a alma
Lembrando quem sou...
E de que sou feito.
Por: Anderson Ramon
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